Monday, January 15, 2007


saída de banho

faço o verão em suores de vasos d’água
onde tuas pedras atiradas com raiva hão de beber
onde te enalteces da resolução do sol
de me fustigar a vista no princípio de procurar-te

expositores de brincos e colares
vendem cristais e penas em barbantes e cobre
enquanto ventas as tiranias da areia em meus olhos

a piscina coberta do tempo capturando os nados
tudo tão sincronizado que estreitamos nas raias a fé
– água-viva em pedaços enterrada com bandeira amarela

esta minha morte de principiante
propagando a compaixão dos peixes
quando algas resíduos deste alarme
no vácuo das marés

Wednesday, January 03, 2007

Então me diz


O que fazes e como te fizeste
neste trunfo da cratera
que lança noites e vingança
ao pó de quem tu eras?

Estais soluça na busca desta revelação,
mas saibas que os verões
não te vão deixar sobreviver;
pelas camadas mais alcançáveis do solo
estais com ventre e anéis espalhados

Enfileiras teus fracassos nesta via

Nada te ajuda a esfumar tuas perdas
num minuto, em uma apenas aplicação de soro

Abstenhas-te destas cores, do sorriso que tu amas
mesmo quando as chuvas não passarem
e o vinho bloquear na tua garganta;
Fincas-te na vida, a virada da cova
num relance da tua exaustão
e desentenda o que existe
para adiar esta tua mutilação

(03-04/02/07)