Saturday, March 03, 2007

horário de verão I - a consciência


recalco a fome da minha era na fortaleza do rumo

e plasmamos cansados as etnografias

perfeitas do nosso sonho

quando estivermos cientes, saberemos da nossa morte


travesseiro de lontras no meu solário

o consórcio com os infelizes

donos da máquina de pensar

o mundo do International Monetary Fund

rouba meu capital emotivo,

minha saudade de pôr os pés na poeira


a emergência de estarmos no futuro adiante

nos satura a vigília

e com um café coado no sumo

estouramos as burras de dinheiro

até alcançarmos este céu

de alegorias superfaturadas

das quais viveremos

nossas últimas mínguas da brasilidade


e desenharemos os gnomos enjaulados do circo de hoje

logo que a visão despermitir mais um compasso

bisontes por enquanto dormem puros

soldados do lado de fora da minha estrutura


cimento de redemoinho, meu trabalho vale teus lapsos

reformo vigas que daqui a doze anos caem de passadas

testamos nossos irmãos na caixa dos fatos aparentes

então saímos de suas bodas

com a forma do seu sangue

e comemoramos mais uma venda comissionada


são as nóias práticas e os novos flats da central

o trecho iluminado do hall latino desmemoriado

a nova estrutura da consciência


03/03/07