Thursday, September 08, 2011



que uma nova cratera se acinzente. tenho tanta coisa a nos dizer. foram meses de reluta, de esvaziamento e ressurgimento subsequentes. trinos frágeis, sons estáticos, dons falíveis e jóias forjadas. mas estou aqui de volta, solta e comum, como um raio fluidoso na altura do ombro daquela nuvem – tanto estiagem quanto chuva pronta, abrupta e ruidosa, num ermo de espaços silenciosos. venho deslíquida, amante consciente agora, dos meus princípios e dos fins para os quais fui criada, selecionada entre os degredos do cosmos para recuperar um tempo. sonolentos esses vãos, essas vidas repentinas. parece que fui jogada aqui, na obrigação de morrermos quites – a brandura e o meu ser. personalidade de fogos, tento conter tantos instintos, o inescrupuloso que há em mim, a não promover linhagens bastardas de céu, acotoveladas no redemoinho das fertilidades vãs. quero explicar estas manhãs, estes achados entre perdidos, estas névoas e o carisma te querer além do que deveria. uma nova nostalgia de cabelos, joelhos e camundongos, tudo infestado em minha subconsciencia sem alertas. confusão de ideias mais deles do que minhas. donde estaria a culpa do querer ao longe? por quantas esfínges saberiam as maquetes de minhas ideias? sem chance, sem lance nem oferta; que me baseio na auteridade. não posso descontar tempo nem contentamento dos meus dias. estou na fina expectativa do meu paraíso astral. um verso trêmulo se atrofia, e uma força contínua se eleva na pauta. são outros aniversários, e ciclos grandiosos que se aproximam. anchovas defumadas e um estoque de amplidões numa bacia. não estou mais regelada – o sol volta a se travestir de amarelo e a flor do mato engole as lojas da primavera. setembro almeja à revolução das horas, destes dias de 16 horas. nadadeiras para caminhar entre a enxurrada. a filharada de sapos e lagostins fazendo a festa naquelas corredeiras. e eu descalça pra procurar os meus disfarces, enquanto o tempo não me desagoniza. nem triste nem incomum. tenho 849 chances de avançar na fé deste momento. procuro estagiar essas novas provas sem escamações – o rompante que aflora hoje logo surtirá outras afinidades. viver é um ato paranóico entre os hipócritas. descubramos quais são as hóstias do homem sagrado. voltemos ao favo e ao espelho e assim sobreviveremos ao tiroteio nessas cidades frias. a vida secreta das abelhas me deixou descomunada, sem os limites comuns para devaneio. rotinei um fato de altos valores e acabei encontrando novamente contigo, no perigo de exceder-me ao alívio das tormentas. adentras as minhas migrações de almas, as peculiaridades dos meus sonhos, num embrião de amor que fia. neste endereço tão incompleto, tão indiscreto ao meu olhar, mantenho a vigília do meu caminho, do meu resumo de fortalezas – até chegar na potencialidade das alegrias mais verdadeiras.



Imagem: movie motion The Secret Life of Bees

2 Comments:

Blogger Kawen said...

Curti bastante Moni! Eu estava muito afim de ler algo assim, cheio de palavras incomuns, construções pouco usadas, enfim, aquela riqueza de insight que só você tem sobre o universo e tudo o mais ;)

10:35 AM, September 08, 2011  
Blogger Ine said...

Feliz novo ciclo pra ti!

10:35 AM, September 08, 2011  

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