Wednesday, July 28, 2010

há falhas




há falhas, falcatruas por onde ando, há calçadas supuradas pelos eleitos que deixaram de se vigiar. onde estão aqueles que me faziam festa? às alturas por onde me escondo não andejam eles. estão tortos, tontos das bebedeiras, comandando escapulários falsos, em novelas pobres, aclamando enterros. quero me distrair dos abismos, e sair dos meandros escabrosos da minha vida. dentre elementos ditosos eu busco as casas mais alegres, donde pai e mãe ainda se sustentam. quem sabe esta nova maneira de ser me faça morrer de frente. porque morrer encruada numa doutrina de medianos não quero. peregrino meus estudos, meus silêncios, em lugares que recebem flores, por onde diligências de anjos amparam as linhas do meu coração. sobraço os termos da Lei celeste para elucidar meus sonos turbulentos e minhas falências mais e menos bruscas. estômago magoado, já houve dias emendados, completos, de não conseguir sequer comer sequilhos. e as vias de respirar já ficaram sem respiro. lembro dos dias escaldados do verão em que não tive um mar nas férias; o calor inquietando meus centros de força, junto da raiva e da desilusão. houvera uma piscina para suicidar meus afogos, quem sabe o tivesse feito. então voltei pra casa, pra devolver ali as nódoas dos desgostos que houvera levado pro trabalho. pede-se por favor muitas e muitas eras de anos, para que os céus voltem a fluir sem engano, mas se engasga a boa vontade no orgulho e no egoísmo. as toalhinhas de banheiro penduradas no teu Ego. estiquei minha alma até onde podia, para não depositar as cinzas antes de adquirirmos moradia. os enlevos da minha vontade de amar e o piso solto sob os pés – não cataclismei de ontem; foram festas de horrores, pão e pinga montados sobre um altar para me queimar, untar meus nervos com a prisão das mandingas. fundaram a minha morte de há pouco, querendo calar estas vias de fiar, desafiando meu porvir, para que não viesse a praticar estes dias fluidificados. palestra de dentes furtados, fizeram-me a macumba do prostramento, afiando as conjecturas da mediocridade, associando demônios às suas falhas morais. então criei o derrame das minhas trovas, mediquei os rumos de antanho, proibi os temas ilícitos, aprendi a fazer as citações dos espíritos, resolvi as moratórias, fui morar sozinha, aprumei as minhas danças, confiei nesta mudança, no fato astral que me sugere o mundo. agora volto ao ser integral, que detive por dias estourados fixado em concreto, alienado, espalmado na lama dos pés que inflamam por não alcançar. necessidade de luvas e pantufas, eram muitas as desculpas, as fissuras, deixando as vinhas pra depois. a mediação reprimida entre mim e os desígnios de paz profunda, as invenções das geladeiras e das máquinas de lavar de inox procriando ganâncias. embora os melindres (e as fugas das cores das maçãs do rosto) repercutiram as autópsias e retive um pouco do que viver, para me recolocar, de vez, como tela, como aquela que escreve dores para reorganizar o dia com os sentimentos mais sutis de benevolência que poderia sustentar, criando tolerância mesmo onde a forma venceu o fundo. então priorizo a aura, onde há grandes rochas. e as matemáticas de quando espirro criam nichos de bactérias que perfazem o caminho dos monstros, para aclarar suas ondas mentais desastrosas com estas luzes anti-máculas. patenteio a minha história para que outros a tenham em conta sem que consigam enlutar-se do meu espírito. valer-se desse mundo de descaso te levaria ao suicídio ampliado.





(28/07/2010)